Milton Tortella I Auxílio Revisitado I 2020
A série “Auxílio” tenciona sobre a necessidade de revisão no orçamento da união, uma vez que existe uma parcela enorme da população brasileira precisando sobreviver, fazendo parte dela artistas, coletivos, profissionais da área e espaços independentes de artes visuais. Quantos profissionais ligados à produção de arte contemporânea podem ser beneficiados com a realização de atividades culturais com as verbas destinadas aos auxílios, entregues aos 513 parlamentares, como, por exemplo: combustível, moradia e outros, que inclui o emblemático auxílio-paletó1.
Esta reflexão vem acompanhada da seguinte pergunta: O que fazer caso tivesse acesso a uma parcela destinada a um deputado federal? A resposta surge como desdobramento dos trabalhos, que é, antes de mais nada, colocá-los à venda, de forma independente <comgaleria.art.br>, e destinar os valores arrecadados2 com as vendas ao comissionamento do artista e ao Ato Arte coletivo, que pretende ativar3 como espaço cultural uma barbearia de 1944 no Bairro do Belenzinho, além de colaborar com outros espaços independentes.
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1. Os valores que denominam os trabalhos desta série têm como base de cálculo a média paga em auxílios, em 2019, a cada um dos 513 deputados federais, vezes quatro anos de mandato. No caso do auxílio-combustível são 324 deputados federais que foram contemplados, tomando como base comparativa os valores transferidos pelo PROAC 2019 para a produção de exposições inéditas de artes visuais. No auxílio-paletó a base é o valor do Edital Prêmio Funarte RespirArte para a criação de trabalhos artistícos. E no auxílio-moradia, a referência é o valor médio de uma casa de 100 m2 no bairro sede do espaço cultural almejado.
2. Do total previsto com as vendas dos trabalhos: R$ 361.761,52, serão descontados impostos, transporte e os custos com tarifas e investido no projeto.
3. Reforma do espaço, equipamentos de som, projeção e iluminação, bem como desenvolver uma programação e equipe para contratação e comissionamento de gestores, arte-educadores (oficinas), monitores, residências artísticas, criação de uma biblioteca pública, espaço expositivo e de debate.